Ela não queria se mexer
Estava caída de barriga para baixo
Com as mãos apertadas contra o rosto
Nua. Com sangue escorrendo pelas pernas
Estava chorando
Seu último grito foi terrível
A órbita era um poço de sangue
Sobre o qual ela apertou a mão ensanguentada
Quando sua respiração parou
Ela desmoronou nas pedras
Ficou em silêncio;
uma figura minúscula agachada sob uma capa preta
uma coisa informe estremecendo aos meus pés.
Duas feridas da sabedoria
A ferida do corpo
E a ferida do orgulho
Agora estou diante da loucura
A vergonha que cobre os olhos
E ela chora
Vergonha que move ela para baixo
E ela se esconde
A vergonha que a faz levantar
Para em lágrimas se revoltar
Pingando sangue, coberta por farrapos
Ela consegue sentir as chamas
Que queimam dentro de si e envolta de seu corpo
Dando-lhe um ar espectral como se sua alma
Já estivesse vestida com corpo-sombra do outro mundo
É fácil reconhecer quem é tocado pelos Deuses
Há 4 anos