Cãibras insuportáveis eu sentia, o que tornava impossível continuar andando. No meio do caminho, no meio da serra sentado numa grande pedra chata no meio da depressão. Aproveitando a sombra do meio da tarde quando o sol está atrás da serra e o vento ainda é fresco, a noite sem abrigo é insuportavelmente gelada. Mas naquele momento o contraste era interessante, nem a brasa do sol tão conhecida e nem o frio da noite com gotas de gelo.
A lucidez voltava aos poucos lembrando que a marcha deveria continuar até no mínimo a pequena igrejinha construída num dos patamares da serra, único abrigo de minha noite. O descanso era bom, bagos de tangerina desciam a garganta sem sequer preocupar-me com os caroços, o sumo era doce e límpido, já havia até mesmo esquecido das cãibras incapacitantes na parte anterior da coxa, impossível andar...
Há 4 anos
Um comentário:
adorei seu modo de escrever dan. É muito sutil e real... é legal. A história continuará?
=*
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