sexta-feira, 5 de outubro de 2007

É o fim?

Naquela cidade de ruas de paralelepípedo, que em época brilhava mais que Paris, fez-se silêncio por míseros segundos e mais sangue que lágrimas foi derramado, mais sangue de apenas um homem que todas as lágrimas da cidade.

Início de tarde, frescor após o almoço, arroz com pequi, e uma dose licor, famoso licor de genipapo da Senhora Magnólia. Nosso coronel andando sem pressa em direcção ao grande prédio central, atravessa a pequena ruela de pedras e com um pé na calçada a cidade faz silêncio absoluto, apenas um baque é ouvido por todos. Horácio sente ser trespassado por um fio quente, incandescente, certamente no coração. Olhos esbugalhados e seu coração pegava fogo, bolos de sangue rolavam em seu estômago tentando sair de qualquer forma. Outro estrondo, mais um tiro.

O tempo fechou, fez-se agora a escuridão, a Paris do sertão, a luz do sertão apagou-se por alguns segundos e o silêncio momentâneo deixou toda Lençóis apagada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom...

Raísa disse...

muito bom, mesmo
:)